
Será que a aventura precisaria ser cancelada?????
avião.

Como Jorge iria passar pelo Chile
(mesmo que só por um pedacinho dele), verificamos que o país tem nova exigência, uma tal de SOAPEX (Seguro Obligatorio de
Accidente Personales para vehiculos motorizados con matricula extranjera, que pode ser adquirido no site https://www.magallanes.cl/venta/Index.aspx, de forma tranquila e segura. O pagamento pode ser feito com cartão de crédito e assim que contabilizado, o site libera a emissão do documento.
Jorge iniciaria a viagem sozinho, até que poucas semanas antes da viagem, Lucas, um colega de trabalho, se animou em acompanha-lo. Ele iria de moto até São Paulo, onde encontraria Jorge, um dia antes do início da aventura. Tudo combinado e acertado. Porém, nunca terem viajado juntos e não conhecerem o ritmo de viagem um do outro trouxe algumas dificuldades.
O dia amanheceu bastante nublado, mas com temperatura amena, bom para andar de moto.
Foram poucas imagens…que você poderá ver na próxima postagem, junto com o terceiro dia!!!!
Se fosse aqui no Brasil, dificilmente alguém se dedicaria tanto a ajudar alguém que acabou de conhecer. Eu já tinha tido contato com essa solidariedade argentina na minha outra viagem, em 2010, quando atravessei o norte da Argentina para chegar a San Pedro de Atacama, no Chile, e pude ver, por mim mesmo, que os brasileiros são muito injustos quando falam mal de argentinos. Eles estão anos luz à nossa frente em relação à educação, solidariedade e bons modos. Você percebe isso até na limpeza das ruas, no respeito às leis de trânsito, em praticamente tudo. Temos muito a aprender com nossos hermanos…
Chegamos lá quando eles estavam fechando para o almoço e só voltariam a trabalhar às 15h, por causa da siesta. Ficamos horas parados lá e aproveitamos para almoçar. Costume local, temos de respeitar.
Finalmente troquei a porcaria daquela corrente que já vinha me dando trabalho há tempos por uma nova. Aproveitei e troquei óleo e filtro do motor. Sugeri ao Lucas que ele fizesse isso também, mas ele disse que ainda iria esperar mais 1000 kms para trocar o óleo.
Gasto Combustível: $100 pesos
As imagens você poderá assistir na próxima postagem… aguarde!!!!
Depois de eu consertar a corrente da minha moto e o Lucas ‘seu cano de descarga’, finalmente poderíamos colocar o pé, digo as rodas, na famosa Ruta 3 e começar a ter contato com as longas retas que nos aguardavam.
Gasto Combustível: $525 pesos
Assista ao vídeo do quarto e quinto dias de viagem…
Na saída da Ruta 3, para acesso a Puerto Madrin, nosso destino do dia, havia uma espécie de mirante de onde podíamos ver toda a cidade e o oceano Atlântico à sua frente. Ficamos um tempo parados ali, tirando fotos e observando a proteção natural que os “cerros” davam à cidade contra os ventos patagônicos.
Fomos seguindo pela orla, que era muito bonita e arrumada. A avenida da orla terminava num morro e tinha um monte de carros e motos subindo para lá. ‘Vamos ver o que tem lá, então’! Encontramos um mirante fantástico de onde podíamos ver toda a orla da cidade e o oceano à nossa frente, majestoso.
Uma escultura enorme de um índio observava o oceano, como que tentando ver o que havia depois dele. Chegamos exatamente no momento do pôr do sol. Como se ainda faltasse alguma coisa para aquela paisagem ser surreal, a lua acabava de nascer de dentro do mar e deixava nele um rastro de luz.
Vejam as imagens no filme!!!!!
Gasto Combustível: $545 pesos
Para conhecer mais:
http://madryn.travel/
Assista ao filme deste incrível dia de viagem….
Depois de abastecermos encostamos as motos em frente à lojinha para comprar um Gatorade.
Seguimos algumas dicas que nos deram sobre hotéis eencontramos o Hotel Encina. O preço e o quarto eram medianos, mas a recepção e o restaurante eram legais. Resolvemos ficar lá mesmo. Estávamos cansados demais para tentar procurar outra coisa, e já era muito tarde.
Gasto Combustível: $433 pesos
O vídeo você poderá assistir na próxima postagem……. aguardem!!!!
No dia seguinte, um domingo, dormimos até tarde. Levantei lá pelas 9:30, tomei café da manhã e dei uma volta pelos arredores do hotel a pé. Lucas continuou no quarto dormindo. Ele tiraria o dia para descansar e reorganizar seus planos.
Perambulei por 2 horas a pé, apesar de ainda estar mancando devido à torção do tornozelo esquerdo ocorrida poucos dias antes do início da viagem (conforme explicado no início deste relato).
Pensei bastante na vida. Estava bem chateado, não pela moto ter quebrado, mas por eu não ter tido o cuidado de providenciar algumas peças de reposição como tinha feito das outras vezes, de ter sido relapso com a revisão da corrente ainda na Bahia, sentia falta da minha esposa e parceira e co-pilota para me dar apoio nessa hora de tristeza pela constatação de que o principal objetivo da viagem, Ushuaia, não seria alcançado. Momento de avaliação de tudo que tinha rolado nesta viagem até ali.
O cansaço do dia anterior foi tão grande que ainda estava dolorido e me sentindo cansado. Voltei para o hotel e fui dormir novamente.
Levantei lá pelas 14:00hs e resolvi ir até o encontro dos Choikes ver o que estava rolando. Chamei o Lucas, que também estava dormindo, mas ele não quis ir. Preferiu continuar descansando, pois no dia seguinte ele continuaria viagem com seu próprio plano B.
Chegando no local do encontro fui novamente muito bem recebido pelo pessoal dos Choikes MC, que estavam preparando 3 cordeiros patagônicos (churrasco de carneiro assado inteiro) ao lado do salão que servia de bar e refeitório para o encontro, e tomando vinho. Fiquei por lá até as 22:00hs conversando com todo mundo, fazendo amigos, trocando experiências.
Um outro companheiro motociclista que tinha vindo de Santiago, no Chile, especialmente para este encontro, também foi declarado presidente da sucurssal Chile dos Choikes. Foi muito legal e divertido.
Sinto-me honrado de agora fazer parte daquela verdadeira família de motociclistas argentinos.
Não poderia encerrar o relato deste dia sem agradecer a todos os integrantes e amigos do Choikes Motoclub Comodoro Rivadavia. Galera nota 1000 !!!
Muito obrigado ao presidente Jose Luis, ex-presidente Marcelino Mansilla (grande cara, literalmente), Alejandro Juárez (fala português e foi meu intérprete nos momentos em que o portunhol fracassou-hehehe), Daniel (mecânico), Pablo (de Trelew), a Gladys e o Fijo (casal de Gal.Roca – super legais), o Claudio Alejandro, Carlos Alberto, e mais um monte de amigos que não vou conseguir lembrar dos nomes, mas que com certeza ficarão guardados em minha lembrança como meus queridos amigos argentinos e que espero reencontrar um dia. Seja na Argentina, seja no Brasil!
Na segunda, feriado nacional (dia da Virgem ) estava tudo fechado e o encontro dos Choikes já havia terminado. Aqueles que tinham permanecido lá durante o domingo estavam agora retornando para suas casas, pois muitos deles tinham vindo de outras províncias.
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Basílica de Nossa Sra de Lujan (Buenos Aires) |
Estaria atrasado 4 dias na programação original. De Rio Gallegos há uma estrada asfaltada que vai se encontrar com a Ruta 40 e segue para El Calafate. Era nesta cidade que me encontraria com Andréa, que chegaria lá dia 11 de dezembro.
Abortando Ushuaia dos planos, eu economizaria 1 dia de viagem indo e outro voltando entre Rio Gallegos e Ushuaia, além da estadia prevista de 2 dias por lá.
Resolvido: de Rio Gallegos seguiria direto para El Calafate para encontrar Andréa e assim estaria novamente na programação das datas, conforme planejado. Fechou!
O presidente do Choikes, José Luis, combinou comigo que passaria no hotel em que eu estava hospedado na terça logo cedo para me guiar até a oficina que iria fazer o conserto nas bengalas da V Strom. Deu 9:00hs e nada dele aparecer. Do telefone do hotel eu liguei pra ele e acordei o cara. Em 20 minutos ele estava na porta do Hotel Encina com seu carro e foi me guiando até a oficina do Lombris (Calle Mendonça 67 fone 297-6250400 em C. Rivadavia – Recomendo!). Na verdade era bem perto do hotel, umas 8 quadras apenas. A moto ficou lá até as 15:00hs e o serviço ficou muito bom. Eles mesmos providenciaram de encontrar os reparos (reténs) das bengalas (cañuelas) nas motopeças (repuestos) da região.
O serviço ficou em 2000 pesos (444 reais pelo cambio que eu tinha feito). Troca dos dois retentores (+as peças) com um polimento nas bengalas + o óleo da suspenção e ainda troca de óleo e filtro do motor. Achei o preço bem justo. Até barato. Se fosse no Brasil, um mecânico vendo um argentino em apuros no meio de uma grande viagem, provavelmente se aproveitaria para enfiar a faca no infeliz do argentino. Mais uma vez eu comprovei a retidão dessa turma. Já havia passado por isso na minha viagem para o Atacama em 2010 quando precisei de um serviço de emergência no botão de partida da moto em Santiago Del Estero, Argentina, e fui atendido com rapidez e profissionalismo pelo dono da mecânica (Pablo, se não me engano). Realmente, temos muito a aprender com nossos hermanos…
Como a distância para Rio Gallegos, próxima parada, era de aproximadamente 800 kms, não adiantaria eu sair de Comodoro Rivadávia na parte da tarde. Era melhor eu reiniciar a viagem na quarta bem cedo.
Comodoro Rivadávia é a cidade mais populosa da província de Chubut, no sul da Argentina, às margens do Atlântico. É uma cidade seca, localizada na Baía de São Jorge. Fundada em 1901, prosperou a partir de 1907, com a descoberta do petróleo ao procurar por água, sendo considerada a “Capital Nacional do Petróleo”. Também conhecida como “la puerta de acceso al Corredor Turístico de la Patagonia Central y de la Patagonia Austral.
Para conhecer mais: http://www.comodoroturismo.gob.ar/
Logo no início do dia já dava pra perceber que a viagem seria tranquila. Agora que não tinha mais XT “tentando” acompanhar a V-Strom, podia impor um ritmo mais forte e não ficar o tempo todo preocupado em chegar logo no posto de gasolina mais próximo. O vento estava lá novamente, mas muito mais tranquilo. Agora ele já nem incomodava mais, era uma brisa comparado ao que havíamos passado 4 dias atrás.
Dia agradável, ritmo bom, foi um verdadeiro passeio. Agora não tinha mais a preocupação de saber que tinha outra moto me seguindo. Podia rodar forte quando queria, devagar quando passava por alguma paisagem legal, parava para fotografar e filmar quando quisesse. Me sentia leve. Foram os 800 kms mais agradáveis daquela viagem até aquele momento.
A chegada a Rio Gallegos é feita por uma auto-pista de 3 faixas em cada sentido com controle de velocidade. Uns 20 kms antes de entrar na cidade havia um trevo com placas indicando que para seguir para Ruta 40 e El Calafate eu deveria trocar de estrada. Era por ali que eu seguiria no dia seguinte.
Também havia uma placa indicando “Ushuaia 597 kms” seguindo em frente, mesmo caminho que eu fazia para entrar em R.Gallegos. Parei para fotografar a placa, apenas para me lembrar depois de quão perto eu havia chegado da bendita Ushuaia, sem poder alcança-la. Pelo menos não naquela viagem. O “fim del mundo” teria de esperar por mim mais um pouco…
Cheguei em Rio Gallegos por volta das 18:00hs e logo na entrada da cidade encontrei um hotel meia boca, porém barato, perto de uma estación de serviços e uns restaurantes. Resolvi ficar por lá mesmo porque na manhã seguinte eu teria de voltar para tráz até aquele trevo que me levaria para El Calafate, e quanto mais eu entrasse na cidade, mais eu teria de voltar depois.
Moto abastecida, banho, um belo bife de chourizo e uma garrafa de vinho. Eram 9:00hs e eu já estava dormindo felizão.
Meu dia também começou cedo, e as malas, quer dizer, a mala já estava pronta, ainda bem, porque o dia foi super-corrido, trabalhei o dia todo, quase até a hora de partir rsrsrsrsrsrsrsrsr
Meu voo saiu de Salvador às 20h20m e minha amiga Cristiane, a quem aproveito para agradecer, foi quem me levou ao aeroporto.
Quero aproveitar aqui para agradecer a minha coordenadora Helena, pelo apoio e compreensão, e as minhas amigas e colegas de trabalho, Raquel e Manuela, por terem aplicado minhas provas finais, para que eu pudesse começar minhas férias mais cedo. Minha eterna gratidão pelo companheirismo!
Minha viagem foi de Salvador em direção a El Calafate, Argentina, mas não tão simples assim, tive conexões em São Paulo e em Buenos Aires e a viagem toda durou mais de 14 horas. Era a primeira vez que eu viajava sozinha de avião por tanto tempo e para tão longe, sentia uma mistura de ansiedade e felicidade, ambas por saber que logo encontraria Jorge, amor de quem eu estava com muita saudade, e começaria a realizar mais um grande sonho.
Em Salvador, tudo correu tranquilamente, com uma pequena mochila com minha roupa de cordura e meu capacete, além de duas camisetas, meias e calcinhas (para qualquer emergência caso o encontro com Jorge atrasasse, já que ele carregava minha bagagem), eu parti rumo a mais uma aventura sobre duas rodas.
Ao chegar ao Aeroporto de Guarulhos, por volta das 23h, tivemos uma espera de 40 minutos para desembarcar, por falta de espaço para a aeronave parar, ainda bem que tinha quase 04 horas entre um voo e outro.
Logo fui fazer meu check-in na Aerolineas Argentinas, para ficar tranquila, embora ainda tivesse muito tempo de espera pelo voo que me levaria até Buenos Aires. Ao chegar no balcão, a atendente me olhou como quem olha uma assombração, mediu dos pés a cabeça, acho que porque eu estava vestida para tudo, menos para uma viagem internacional rsrsrsrsrsrsrsr Para minha surpresa (e acho que mais a dela) ao pegar minha passagem, seu semblante mudou, abriu um sorriso e começou a me informar que a área VIP estava a minha disposição, me explicou o local e foi super amável (não sei se foi só impressão minha, mas algo mudou no ar). Eu, ignorante nestas coisas de área VIP, achei que era uma área para todos que viajavam pela companhia (nunca tinha viajado pra fora do país, a não ser de moto, com o que estou bem acostumada rsrsrsrsrsr).
Fui dar uma volta no aeroporto, tomar um cafezinho, ir à livraria, comprar uma revista de Lógica, coisinhas que gostamos de fazer no aeroporto. Então, decidi ir pra Sala VIP. Para entrar nela passei pelo Duty Free Shop, nem parei, eles não tem a minha cara e a falta de espaço em viagens de moto proporciona uma economia incrível rsrsrsrsrsrsr
Mais um momento de comédia: ao chegar à área VIP, já fui entrando (lembra que achei que era pra todo mundo) e vi que a porta de vidro não se abria. Uma mocinha, muito simpática, pediu para ver minha passagem, depois de conferir, avisou que eu ficasse à vontade e tranquila, porque eu seria informada no momento de embarcar.
Então, a porta se abriu
Depois de um tempo para me localizar e ambientar, resolvi andar pra conhecer o espaço VIP…tinha salas para descanso, salas pra usar computador, salas pra ouvir música ou ver TV, uma loucura rsrsrsrsrsrsrsrsrsr Decidi ficar por ali, na sala grande mesmo, tão paralisada com a situação que apenas tomei café, cappuccino e comi umas bolachinhas rsrsrsrsrsrs nem pensei em me esbaldar nas bebidas rsrsrsrsrsrsrsr
Eu ainda não sabia direito o que estava acontecendo e se algo estava errado, já era dia 11 de dezembro!
O voo para Buenos Aires saiu de São Paulo com quase uma hora de atraso, fiquei um pouco apreensiva, pois o tempo de conexão para El Calafate não era assim tão grande e eu não conhecia nada de aeroportos internacionais e já tinha lido, em alguns relatos, que o Aeroporto Internacional de Ezeiza , na Argentina, é um pouco confuso. Se eu perdesse o voo para El Calafate, só no dia seguinte, com muita sorte, conseguiria outro, afinal, são dois voos por dia e ambos pela manhã.
Fui avisada que eu poderia embarcar e ao entrar no avião, outra surpresa (que eu já devia esperar): eu estava na área VIP mesmo, no avião também, na classe executiva!!!!!!!!!!!!!! Eu posso garantir que essa foi a passagem mais barata que eu achei no momento de comprar (quem me conhece, sabe bem isso) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Não encontrei, até agora, nada na assagem que falasse sobre ser VIP rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr, continuo procurando.
Não faço ideia de como fui parar ali rsrsrsrsrsrsrsrsrsr, mas estava ali, em uma poltrona que cabia duas de mim, quer era uma cama, praticamente, com uma comissária que ficava perguntando o que eu queria, se eu precisava de algo, cada vez que eu abria os olhos (era madrugada e eu dormi quase o tempo todo rsrsrsrsrsrsr) e que me ofereceu mais de um café da manhã, mesmo sem eu dar conta nem de um só. Tudo isso foi, no mínimo, engraçado!!!!
O voo pelos céus argentinos acontecia junto com o nascer do Sol. Foi interessante ver e fotografar os lugares pelos quais Jorge havia passado de moto (embora um aviso dissesse para não ligar os celulares, eu liguei pra fotografar, afinal, eu não era VIP??? rsrsrsrsrsrsrsr). Eu ficava olhando e pensando em que parte daquelas terras ele estaria agora…
Chegamos a Buenos Aires com o dia amanhecendo, era por volta das 5h, meu voo para El Calafate estava previsto para as 7h55m. O Aeroporto é pequeno, e estava lotado, com uma fila imensa para passar pela Aduana, mas que estava andando bem rápido, o que já demonstrou a agilidade no atendimento. O aeroporto nem era tão bagunçado como eu havia lido. Fui bem informada por todos, de para onde teria que me dirigir, pois existem várias alas, como em São Paulo e temos que sair de um prédio e ir pra outro, uns 5 minutos de caminhada.
Ao chegar ao embarque, após passar novamente por outro Duty Free, sem nem parar para olhar, encontrei um saguão lotado… todos iam para USHUAIA!!!!! Meu voo ia para o Ushuaia, com escala em El Calafate!!! Todos os voos vão para o Ushuaia rsrsrsrsrsr Neste momento, eu só conseguia lembrar no que pensei quando Jorge me disse que não conseguiria chegar lá: Está tão perto!!!!
Quando tudo aconteceu com a moto e falei com Jorge pelo Skype, quando ele me contou que não teria mais como chegar ao destino final, eu fiquei muito, muito, muito triste, chorei depois que desligamos. Eu via o mapa e não conseguia acreditar, não parava de pensar: mas ele chegou tão perto, ele está tão perto!!! Ele tem que ir até lá! Somente depois de algumas conversas com ele, ao longo do dia seguinte à decisão, é que eu consegui me conformar, acho que fiquei mais triste que ele!
Nos planos iniciais, eu ficaria um dia sozinha em El Calafate, pois Jorge chegaria somente dia 12. Com as mudanças na programação, Jorge chegaria quase que junto comigo! E foi exatamente o que aconteceu…
Agora que viajava solo, sentia mais ainda a falta da minha parceira de aventuras.
Voltei pela mesma estrada da chegada a Rio Gallegos e naquele trevo, que já tinha passado na véspera, mudei de estrada e segui para a Ruta 40. Finalmente iria rodar na famosa RUTA 40!!! Andaria nela por uns 2.000 kms! Isso também era um antigo sonho.
Estrada perfeita, dia bonito, vento ainda tranquilo (pois geralmente logo cedo ele era mais fraco) e pouca quilometragem para percorrerneste dia. Tudo prometia que este seria mais um dia de passeio agradável.
Neste dia, também foi o meu primeiro encontro com o rípio da Ruta 40, só que em um trecho pequeno, o “melhor” ainda estava por vir.
Depois de uns 100 kms rodados alcancei uma nuvem enorme e muito carregada, que eu já vinha avistando fazia algum tempo. Assim que senti os primeiros pingos resolvi parar para colocar a capa de chuva. Estava bastante frio e não seria nada bom ficar molhado.
Eu estava com um monte de roupas por baixo da jaqueta e da calça de cordura, além dos forros térmicos. Estava difícil para me movimentar com tanta roupa e foi um verdadeiro desafio colocar a roupa de chuva por cima disso tudo. Até sentei no acostamento cheio de areia e pedrisco para conseguir colocar as polainas sobre as botas.
Nisso, olhei para trás e vi um bando de guanacos olhando pra mim. Tive a clara sensação de que eles estavam pensando: o que este tonto está fazendo ali todo atrapalhado?
Demorei tanto para colocar a roupa de chuva que quando terminei a nuvem já tinha ido embora e não estava mais chovendo. Pensei comigo: agora vou assim mesmo, pois já que está frio, vai ser uma proteção a mais para o vento. Aliás, dali em diante, o vento começou a aumentar bastante, e agora eu o pegava de frente. Quanto mais eu seguia pela Ruta 40 em direção a El Calafate mais a paisagem ia mudando.
Depois de vários dias vendo aquela mesma planície a perder de vista com vegetação baixa, agora começava a subir e descer várias colinas. As plantas mudavam um pouco, mas sempre eram baixas, indicando que naquela região o vento é quem comandava.
Estava ansioso para chegar a El Calafate e encontrar a Andréa. Já fazia duas semanas que eu tinha partido da Bahia para iniciar a viagem sem ela.
Depois desta parada toquei direto até chegar ao meu destino do dia. Logo na entrada da cidade o GPS me fez entrar numa rua que estava em construção e, de repente, eu me vi numa verdadeira caixa de brita e pedras e quando tentei fazer a volta, pois a rua acabava num barranco, a moto tombou. Eu estava tão empolgado em chegar logo ao encontro da Andréa que nem esperei por alguma ajuda para levantar a moto. Numa tentativa só já a levantei, com malas e tudo, e com cuidado tirei ela daquela verdadeira armadilha e tentei outro caminho. Depois dessa presepada, o GPS me levou direitinho até a porta do hotel.
Cheguei ao hotel ao meio dia, quinze minutos depois dela ter chegado de táxi vindo do aeroporto. Isso é que é sincronismo! Rsrsrs… (Eu, como psicóloga que sou, digo que é sincronicidade rsrsrsrs).
A partir deste ponto a viagem será contata pela Andréa, que é quem sempre escreve os textos que abastecem este blog com nossas aventuras, além de montar os vídeos e postar as fotos, sempre com muita dedicação e carinho, para que nossos amigos e familiares possam pegar uma carona conosco nas nossas viagens por esta linda América do Sul e para que outros internautas e motociclistas possam colher informações úteis para planejar suas próprias viagens e realizar seus próprios sonhos e aventuras sobre duas rodas!…
Ao chegar ao Hotel, eu logo quis me conectar na internet pra ver onde ele estava (lembram que ele estava com o spot e eu o acompanhava o tempo todo), mas não conseguia me conectar ao link. Comecei, então, a falar com minha irmã Silvia, que estava acessando e acompanhando Jorge. Foi muito legal, ela me avisou que ele estava na estrada, depois que estava chegando à El Calafate e foi me informando de cada passo, ou melhor, km rodado rsrsrsrsr.
Silvia (minha que estava acompanhando a viagem de Jorge) falou pra eu ficar na janela que ele estava se aproximando do Hotel, e foi o que fiz, fiquei de olho na rua que nos leva ao hotel, e nada… de repente, ela disse: ele já está aí, ele está no hotel!!!! e quando me viro, lá está ele, entrando no salão. Ele tinha pegado a rua errada (ele já contou que até tombou), por isso não veio pela rua principal e eu não o vi chegar, mas, mesmo assim, foi muito divertido. Além de conseguir acompanhar sua viagem, essa, sem dúvida, foi a parte mais legal de ele estar com o spot!!!!!!!
O Hotel Shehuen (http://shehuen.com/) foi escolhido por estas coisas, fica em um lugar privilegiado, com uma bela vista para o Lago Argentino e para a cidade de El Calafate, além de uma incrível vista dos picos nevados das montanhas da Patagônia. Da janela do quarto era possível ver o lago, escolha feita a dedo. Sua localização não é tão boa, pois o centro movimentado fica a uns 2 km, com direito a ladeiras, mas vale a pena, ele é aconchegante, muito arrumado, tem uma equipe fantástica, cuidadosa e é muito bonito e bem decorado. Tudo isso por uma diária de 112$ (foi cerca de R$180,00, valor menor que outros hotéis, menos interessantes).
Fomos caminhar um pouco pelas ruas principais, fomos até La Aldea de Los Gnomos, uma mistura de lojinhas (caras, melhor comprar em outros pontos da cidade), restaurantes e cafés. Ponto imperdível da cidade.
Nas nossas andanças pela cidade, nos deparamos com belas paisagens, repleta de lindas e coloridas flores, e conhecemos o pássaro característico desta região, o Bandurria.
Também fomos conhecer a Intendencia do Parque Nacional dos Glaciares (http://pt.miraargentina.com/informacion-turistica/intendencia-de-parque-nacional-los-glaciares), uma espécie de Prefeitura responsável por administrar e cuidar do Parque.
E para terminar os passeios do dia, nada mais gostoso que uma torta de frutas vermelhas, em La Aldea de los Gnomos, na Chocolateria Abuela Goye (http://www.abuelagoye.com.br/). Vocês sabiam que Salvador é uma das poucas cidades que tem a franquia?
Curiosidade: nesta época do ano (Dezembro), o sol por estas bandas acorda por volta das 5h e se põe em torno das 22h, o que significa um dia gigante para aproveitar!!!!
http://www.parquesnacionales.gob.ar/areas-protegidas/regionpatagonia/pn-los-glaciares/