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A caminho da Chapada Diamantina – BA
O dia ainda não tinha acordado quando os motociclistas saíram em direção a mais uma aventura. Agora na companhia especial de Motta e Catarina, vizinhos e amigos de motociclismo.
conhecidas dos viajantes. A diferença estava no meio de locomoção: a moto!
Durante a viagem puderam ver de perto os estragos causados pela seca do Nordeste e os mistérios que não se explicam com a razão: mesmo em meio ao solo árido, o verde se impõe e brota do solo seco.
Local agradável e limpo, bom para um bom descanso e com excelentes opções de alimentação. Este posto se destaca em meio a tantos outros das estradas baianas que não apresentam qualquer estrutura para os viajantes. Vale conhecer!
A Chapada Diamantina nem sempre foi uma cadeia de serras. Há cerca de um bilhão e setecentos milhões de anos, iniciou-se a formação da bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões que foram preenchidas com materiais expelidos por vulcões, areia soprada pelo vento e cascalhos que caíam de suas bordas. Estes sedimentos, sob a influência de rios, depositaram-se na região em forma de bacia. Posteriormente, aconteceu o soerguimento, fenômeno que eleva as camadas de sedimentos acima do nível do mar, pressionada pela força epirogenética, erguendo-se ao longo dos milhões de anos. As inúmeras camadas, hoje expostas por toda Chapada Diamantina, representam os depósitos sedimentares primitivos e são produtos das atividades dos agentes climáticos ao longo do tempo geológico. As ruas e calçadas, características das cidades desta região, com suas lajes de superfícies onduladas, revelam a ação dos ventos e das águas que passaram sobre este solo. Os maciços de quartzito resistiram à erosão iniciada no Pré- Cambriano formando torres minerais ou morros. Os índios Maracás e Cariris dominaram a região antes da chegada dos primeiros bandeirantes por volta de 1750.
Os primeiros garimpos se instalaram por volta de 1844, ocasião em que foram descobertos os primeiros valiosos diamantes nos veios do Riacho Mucugê. Os garimpeiros, compradores, vinham de Minas Gerais e de outros centros de mineração de ouro e diamante. Os caminhos criados pelos garimpeiros hoje levam a belas cachoeiras, poços, praias fluviais, grutas, sítios históricos, que garantem ao local uma excelente atividade eco turística. As cidades que rodeiam o Parque Nacional abundam em prédios de arquitetura colonial, lembranças vivas da riqueza do ciclo do diamante que fez do Brasil o primeiro produtor mundial no
início do século XX.
Conhecendo Mucugê
Porém, seu preço não condiz com sua estrutura, bastante degradada pelo tempo e sem a manutenção necessária.
Com o declínio do Ciclo Diamantífero, também surge a coleta das sempre vivas exportadas principalmente para o Japão, Estados Unidos e Europa, tornou-se a principal atividade econômica das populações carentes de Mucugê e de seu entorno, que durou por mais de trinta anos. Devido a uma atividade de extração sem controle, a espécie foi dizimada em muitos campos, pondo em risco de extinção esta planta. Assim, o Projeto Sempre Viva veio com o propósito de proporcionar uma atividade de reprodução, suficiente para criar uma alternativa na geração de renda para a população carente, através do artesanato com caráter sustentável, econômica e ambientalmente, garantindo a sobrevivência da espécie, repovoando os campos onde a espécie quase que desapareceu.

fantástico para banho. O rio Cumbuca faz parte da história da cidade, pois foi o primeiro local onde diamantes foram encontrados no século XIX, dando origem ao garimpo que originou as cidades de Lençóis, Mucugê e Igatu, além de outras áreas ligadas ao Rio de Contas.
Depois de um dia repleto de belíssimas imagens e muito passeio, não poderiam terminar sem contemplar o pôr do sol e estar no alto da serra foi essencial para poder desfrutar deste inesquecível momento.
Para saber mais:
Cachoeira do Buracão: momento mágico!
Os aventureiros tinham programado realizar uma trilha rumo à Cachoeira do Buracão, uma das principais atrações da Chapada Diamantina, mas infelizmente somente Jorge e Andréa puderam cumprir com o planejado, pois Catarina não passou bem de saúde e, junto com Motta, decidiu ficar por perto da cidade. No entanto, Motta, como bom motociclista que é, acompanhou o casal até a cidade vizinha, Ibicoara, que fica cerca de 90 km de Mucugê e de onde os turistas saem em direção à estrada de terra que leva à cachoeira.



Seu final, com certeza, é a parte mais difícil, pois para chegar à cachoeira, o visitante tem que atravessar um cânion de dez metros de largura, 90 de altura e mais de 100 metros de comprimento, e para isso tem apenas duas opções: colocar o colete salva-vidas e nadar contra a correnteza pelo rio de água gelada ou escalar os paredões de cânion, subindo e descendo agarrado às pedras do caminho.
Mas a visão depois dos obstáculos é inacreditável, uma queda d´água de 90 metros de altura, que deixa pra trás todas as dificuldades vividas até ali. Para os mais corajosos e “atléticos” é possível nadar até a cachoeira, ficando abaixo de sua queda. Para os que preferem apenas admirá-la, sentar em sua frente e sentir sua força, já é suficiente para não esquecê-la jamais.
Na volta é possível parar em dois mirantes naturais que possibilitam ver a queda e o “buracão” de cima, outro ponto emocionante do passeio e que deixam ainda mais deslumbrados os que a viram tão de perto. Toda a caminhada e o cansaço parecem desaparecer diante da imagem da água caindo por aquele paredão. Mas é preciso coragem para se deitar na beira do penhasco, só assim o aventureiro consegue a melhor imagem da Cachoeira do Buracão.
No caminho de volta também é possível parar para apreciar a Cachoeira do Buracãozinho, e tomar banho nas piscinas naturais formadas pelas pedras.
Depoimento Jorge: “Ir para a chapada Diamantina, especialmente para Mucugê e não visitara Cachoeira do Buracão é como ir a Roma e não ver o Papa… rs. Apesar de atrilha ser considerada leve, é necessário estar em boa forma física paraconseguir escalar a descida (e consequentemente a subida na volta) sem colocarliteralmente os bofes pra fora. Mas garanto que nadar na piscina naturalformada pela queda d’agua desta enorme cachoeira e ficar admirando-a durante algum tempo é algo que renova as energias e recarrega as baterias por um bomtempo. Sem dúvida nenhuma, vale a pena todo o sacrifício”.

Depoimento Andréa: “Realizamos esta trilha pela segunda vez, mas a emoção e a tensão de percorrê-la, e se deparar com suas maravilhosas paisagens, é algo que podemos fazer um milhão de vezes e teremos novas sensações diante beleza da natureza que se impõe. Chegar à cachoeira é uma aventura única (mesmo que feita por mais de uma vez) e o impacto de ver aquela gigantesca queda d´água é algo que emociona e nos permite estar mais próximo das energias do Universo”.
Acompanhe mais desta aventura!!!
Para saber mais:
Fim da viagem!
Os viajantes começaram a viagem de volta as 08h, queriam evitar o trânsito que se forma nas estradas em retorno de feriado. Saíram sob a chuva, mas que logo passou, deixando o sol escondido entre as nuvens, amenizando o calor, o que ajudou na viagem,

Aventura de férias
Começando a mini aventura…

Bahia.
Optaram por usar somente as estradas, já que o Ferry-boat que liga Salvador à Ilha de Itaparica encontra-se em estado deplorável de atendimento, com longas esperas e, muitas vezes, com apenas 02 ou 03 embarcações funcionando.

Por volta das 09h fizeram uma parada para avaliar o pneu da moto de Alexandre, que estava esvaziando. Ele utilizou tire repair, que funcionou por quase toda a viagem.
As queimadas e os rios secos dão uma demonstração da realidade que assola o Nordeste esta época do ano. As estradas estavam em boas condições, com poucos trechos que exigem mais atenção, entre eles a estrada que liga a BR 101 a Porto Seguro/Arraial/Trancoso, uma estrada belíssima, mas repleta de trechos com areia e muitas curvas.

laranja faz parte da história de Jorge e Andréa. Abaixo desta árvore Andréa
fotografou Jorge e sua moto Shadow em 2005, na primeira aventura sobre duas rodas do casal por estas terras (veja o vídeo em https://aventurasemduasrodas.com.br/2010/10/viajando-sos.html).
internet por Andréa, que pesquisou informações sobre suas condições, tendo boas referências, mas nunca se sabe o que se pode encontrar ao vivo. Para boa surpresa, a pousada é uma graça, simples, mas limpa, organizada, com ótimo chuveiro e cama confortável e um preço justo. Tudo que um viajante de moto precisa ao chegar ao seu destino. Os funcionários são muito prestativos e atenciosos, e sua localização é excelente, estando perto de tudo, porém distante o suficiente do agito noturno característico de Arraial.
Jantaram no restaurante Portinha (www.portinha.com.br), velho conhecido do casal Jorge e Andréa, pena que o self-service ocorre apenas no almoço, tiveram que comer um gigantesco filé à parmegiana!!!
Deram uma volta pela Rua Mucugê, mas o cansaço da viagem os fez dormir cedo. Afinal, tinham que aproveitar o dia seguinte!
Imagens desta aventura!
Vida de turista
A aldeia foi batizada com esse nome em homenagem a Tomé de Sousa e aos primeiros jesuítas que chegaram ao local por volta de 1549, com suas três naus: Conceição (nome da Igreja da Conceição da Praia em Salvador, padroeira da cidade), Salvador (nome dado à primeira cidade) e Ajuda, a padroeira do vilarejo. Com a legalização do Distrito, o nome definitivo ficou Arraial d´Ajuda.

Depoimento Andréa: “Assim como na Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, as grades que enfeitam a volta da Igreja de Nossa Senhora d´Ajuda ficam repletas de fitinhas. Diz a lenda que você, ao amarrar a fita, pode fazer um pedido. Eu acredito!!! Em minha primeira visita à Arraial pedi para ser feliz na Bahia, e eis que ele tem se realizado! Atrás da igreja é possível ver uma das mais belas paisagens de Arraial, que dispensa comentários. Parece que a Igreja está a abençoar aquela terra fantástica e tão bela.”

Rua Mucugê, principal rua do vilarejo,já foi uma estrada que levava ao rio Mucugê. Atualmente é onde se concentram as lojas, bares, restaurantes e pousadas da região. Ao final da rua o viajante tem acesso às praias de Mucugê e de Pitinga.
Mucugê é um nome dado a uma árvore indígena, quando os índios desciam em direção à praia, passavam debaixo destas árvores, hoje extintas. A praia é em forma de meia lua e é a mais próxima ao povoado. As ondas são fracas, pois se quebram nos inúmeros recifes próximos da costa,o que lhe confere muitas piscinas naturais e um mar calmo, ótimo pra banho.
Escolheram a barraca Arapati, boa comida e ótimo atendimento, mas os preços não são muito atrativos, depois descobriram que era a barraca mais cara da praia, mas algumas regalias compensam.

Na Rua Mucugê, é possível se misturar aos moradores, índios, hippies, e turistas nacionais e estrangeiros, em uma misturade sons e tons. Mucugê é chamada de “esquina ou o cantinho do mundo” em virtude de receber pessoas de todos os cantos do planeta. Nesta rua é possível comer de cachorro-quente e espetinho, na praça, ao mais sofisticado prato feito por chef´s de todas as partes do mundo. A diversidade gastronômica é um dos seus pontos fortes e a beleza e o cuidado na decoração de seus bares, restaurantes, lojas,encantam e a fazem, ainda mais charmosa.

A loja em si já é um espetáculo, com uma riqueza de detalhes que valem a pena. Um olhar mais atento vai se deparar com objetos belíssimos e encantadores. O preço é sedutor, pois não é tão caro quanto parece ao se olhar para a loja, ainda bem que os viajantes andam de moto. Enfim, um ponto turístico que vale a pena ser conferido!!!
Foram também ao Projeto Coral Vivo (http://coralvivo.org.br/), onde é possível ver diversas espécies de corais de diversos tamanhos e formas. Um visual diferente e incrível do fundo do mar! Em Arraial fica a primeira base do projeto, que está localizada no Parque Marinho do Recife de Fora (destino de alguns passeios de barco).
pensar nos passeios do dia seguinte.
Desbravando a vizinhança
Aproveitaram para caminhar um pouco pela praia, ver de perto as falésias, principal atração desta região e de nadar nas piscinas naturais, repletas de peixinhos e de águas transparentes.
nós pela costa, na distância de dez léguas do sítio onde tínhamos levantado
ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro, muito
bom e muito seguro, com uma mui larga entrada”.
Porto Seguro foi fundado em 1534, e foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, por ser o local de chegada dos portugueses ao Brasil em 1500. Porto Seguro tem um extenso litoral que se inicia com Arraial d´Ajuda e vai até Santa Cruz Cabrália, sendo divididos pelo Rio Buranhém, o que lhe confere o título de Patrimônio Natural da Humanidade.

Nesta parte alta está a Igreja Nossa Senhora da Conceição, construída no século XVII, primeira padroeira do Brasil, antes de Nossa Senhora
Aparecida e atual padroeira da cidade de Salvador.

Também é possível conhecer a Casa da Câmara e a Cadeia, que abrigou a primeira intendência do Brasil.
E as ruínas do primeiro colégio jesuíta do século XVI.

A cidade de Porto Seguro é Monumento Nacional desde 1973, por ser um dos primeiros núcleos habitacionais do Brasil, além de ter o Marco do Descobrimento. O marco veio de Portugal entre 1503 e 1526, utilizado para demarcar as terras, simbolizando o poder da coroa portuguesa.

A sobremesa no final da noite ficou por conta do maravilhoso sorvete da “Soverteria Coelhinho” (www.sorveteriacoelhinho.com.br), conhecida por ter um coelhinho de pelúcia andando de bicicleta na porta.
Aventura em quatro rodas


Depoimento Andréa: “Apreciar a mudança de maré é algo deslumbrante, nos mostra o movimento da vida. Olhar o mar calmo e suas cores vivas é realmente energizante. Só posso agradecer por poder vivenciar tudo isso”.


No centro da praia de Taípe está a Lagoa Azul, que pode ser vista apenas em maré baixa e se destaca com a luz solar. Suas areis são ricas em silicato de alumínio, utilizado na indústria cosmética, dizem que é ótimo para a pele.
Taípe é uma praia tranquila, é foz do rio do mesmo nome, suas águas são mais escuras, devido à vegetação do mangue, mas completamente limpa e ótima para a pesca.
falésias, e vislumbrar as belezas de Taípe do alto de suas falésias. A trilha
passou por matas mais fechadas e o passeio ficou ainda mais divertido.
Voltaram exaustos e cheios de terra para a pousada. Precisavam mais que um banho, mas um esfregão total! Cansados mas felizes, muito felizes.
Depois de um merecido banho, saíram para curtir a última noite em Arraial. Decidiram conhecer o Miloca Crepes e Hamburgueres, um lugar divertido, cheio de fotos de atores, atrizes e músicos, com deliciosos e gigantescos hambúrgueres.
Aproveitaram para se despedir de Arraial com mais um sorvete do Coelhinho. Combinaram de sair cedo no dia seguinte em direção a Itacaré, onde passariam a noite, seguindo viagem no dia seguinte para Lauro de Freitas, aproveitando para conhecer a nova estrada Itacaré-Camamu.
Voltando pra casa……
5o. Dia – 19.12.2012
Arraial d´Ajuda – Itacaré
Depoimento de Andréa: “Foi horrível, meu coração disparou. Eu desci da moto e fui até o Mota, que estava no chão, nem me lembro de como. Nunca tinha passado por isso, em kms de viagem, já tínhamos vivenciado pequenos acidentes, mas eu nunca tinha visto de perto, ocorreram em momentos em que estávamos distantes. Mas ali não, vimos tudo e é um susto, um choque, um desespero até termos certeza de que tudo está bem, ou não tão grave. Realmente foi um momento difícil. Uma longa noite sem conseguir dormir, pensando que ainda tínhamos que chegar em casa”.
6º. Dia – 20.12.2012 – Fim da viagem
Jorge e Andréa acordaram cedo, tomaram o café da manhã e subiram na moto, pensando apenas em chegar, sãos e salvos.
Chegaram a Lauro de Freitas por volta das 15h. Agradecidos por estarem de volta!!